domingo, 2 de maio de 2010

Momentos da visita sexta-feira 30/04


Doutores e Palhaços

Entre os profissionais hospitalares, o médico é visto como personagem revestido de muito poder, crítica e racionalidade. Seu poder – consolidado ao longo da história e de difícil revisão – emana justamente das decisões cruciais que toma. Muita das vezes o médico é rígido em favor da ciência, mesmo que isso prejudique o paciente. Ele às vezes perde a sensibilidade. Mas existem as exceções, médicos que se encantam o palhaço e acreditam no poder do riso, do bem estar, que acreditam que o palhaço é uma atitude, é um estado de espírito, de como você enfrenta um obstáculo, uma passagem mais dolorosa. Tem médico que acredita no trabalho do palhaço e que os palhaços são capazes de olhar. Olho no olho. É muito bom conviver com médicos assim...



Nós os palhaços somos filósofos porque as pessoas não são capazes de olhar o mundo com transparência







Nosso nariz funciona como a chave que abre a porta para um mundo de fantasias e possibilidades, porque na risada, palhaço e paciente se encontram no ponto comum de suas trajetórias de vida. Durante a visita percebemos que nossa figura é acompanhada por todos com um certo respeito. Um fato importante que aconteceu e nos chamou atenção foi que a equipe do hospital já está entrando no jogo, por exemplo: enfermeiras e a psicóloga dançando tango com Dr.º Espinafre.

Palhaços e crianças se encontram



Um palhaço e uma criança se encontram. O cenário que os envolve é pintado de branco. Nele há aparelhos computadorizados e luzes que piscam, ligadas a um incontável número de fios que dão ritmo ao andar das pessoas que ali trabalham. O espaço da cama da criança delimita esse encontro. Envolta pelos lençóis arrumados e dentro das grades que a protegem, a criança enfrenta um desfio: viver. Ele está sendo cumprindo ao ritmo dos aparelhos, na velocidade dos homens de branco e dentro dom mistério que habita seu pequeno corpo. O palhaço crê na força desse encontro. Acredita que brincar é a melhor forma de encontro e que este não tem tempo definido para acontecer; dependem da intensidade dos olhares e da permissão para o jogo.
E durante a visita de sexta-feira 30 de abril o jogo foi lindo e foi difícil relatar quem brincou com quem. Foi tão intenso que brincar, durante a visita foi sinônimo de viver...